Escrito por em 24/11/2015

Quem toma o seu cházinho, seja pelo sabor ou para desfrutar das propriedades benéficas existentes nele, nem imagina a história que essa especiaria conquistou há milhares de anos. Logo na era antes de Cristo, o chá já era uma mercadoria. A principal das nações que produzia o pó para essa bebida era a China, que o trocava por especiarias com os indianos e por cavalos com os tibetanos.

Em paralelo a Rota de Seda, no ano 200 a.C., existia a do Cha Ma Gu Dao, conhecida como Rota do Chá e Cavalo. Esta última, além de possuir uma história incrível de superação do trabalho humano, ainda foi responsável pelas trocas comerciais e culturais dos povos envolvidos. O percurso, tinha origem na província de Sichuan, região sudoeste da China, e finalizava na Índia e no sul do Himalaia. E em toda a trajetória, as pessoas iam a pé carregando o pó do chá, que seria trocado por cavalos.

O percurso da Rota do Chá e Cavalo

O percurso da Rota do Chá e Cavalo

Foto: Reprodução/ Portal Cri Online

O caminho feito pelos trabalhadores era de aproximadamente 2.500 quilômetros, o equivalente a seis meses de jornada. Neste tempo, os empregados atravessavam mais de 70 montanhas, algumas com elevadas altitudes, mais de 50 rios e enfrentavam regiões com climas variados, que iam do deserto à neve.

Cada carregador levava nas costas cerca de 150 quilos, o peso se devia a mercadoria e aos objetos de uso pessoal deles, como comida, sandálias reservas etc. Devido ao longo percurso, homens e mulheres construíram casas e civilizações que não tinham nada em comum, nem ao menos o idioma, e, por ser uma rota de difícil locomoção, os trabalhadores tinham um suporte similar a uma bengala, evitando quedas que seriam fatais para alguns deles.

O final do percurso era marcado pelas trocas comerciais, quando os chineses trocavam o chá por produtos como o sal, açúcar, ouro, frutas secas, pedras preciosas etc. Com o passar do tempo, essas mercadorias começaram a ser mais refinadas, à exemplo de tecidos, porcelana, remédios, tintas, tabaco, esculturas em madeiras e outros. Entretanto, durante muito tempo, o principal objetivo da China era a troca de chá por cavalos, tendo em vista que eles eram de suma importância em guerras. Vendo essa possibilidade, o Tibete, fornecedor destes animais, tornou-se também um grande consumidor de chá. Dependendo da época, a negociação da Rota era estabelecida da seguinte forma: cada cavalo valia em torno de 20 a 50 quilos de chá.

O fim da rota

O declínio da comercialização por meio da rota ocorreu depois do surgimento de rodovias e através da modernidade dos trens e veículos motorizados. O fim foi marcado no final da Segunda Guerra Mundial, aproximadamente entre os anos de 1950 a 1960. Entretanto, algumas partes das rotas servem hoje como atração turística e movimenta a economia destes países, pois revira um baú de momentos históricos e culturais desses povos.

ATENÇÃO: Nosso conteúdo é apenas de caráter informativo. Todo procedimento deve ser acompanhado por um médico ou até mesmo ditado por este profissional.

Sobre o autor

Jornalista (MTB-PE: 6750), formada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, pela UniFavip-DeVry, escreve artigos para os mais diversos veículos. Produz um conteúdo original, é atualizada com as noções de SEO e tem versatilidade na produção dos textos.