Escrito por em 29/09/2017

Devido as condições climáticas e de altitude de algumas regiões do planeta, o cultivo de algumas culturas ganha destaque no cenário econômico. Isso é o que acontece com a cidade de Gurué, em Moçambique. Por lá, os campos de chás tomam conta de toda a paisagem, estendem-se em redor da cidade, cobrindo as colinas de verde. O chá também é a base da economia local, apesar das dificuldades enfrentadas.

Gurué fica na proximidade do monte Namuli, que se destaca na paisagem como a segunda montanha mais alta de Moçambique, medindo 2.419 metros de altitude. Apesar do avanço dos tempos e a consequente modernização das atividades, grande parte da população ainda depende do plantio de chás. Cerca de sete mil pessoas têm a sua sobrevivência vinculada a produção do chá.

O chá não é apenas um produto de consumo, está profundamente enraizado na cultura de várias gerações. Devido a todo esse tempo de exploração, alguns produtores se veem imersos em dificuldades pela falta de investimento que propicia a renovação das antigas técnicas e áreas de plantio, o que garantiria a manutenção da atividade.

O chá também é a base da economia local de Gurué, em Moçambique

As ervas oriundas de Moçambique preservam todas as propriedades (Foto: depositphotos)

Benefícios do chá de Moçambique

Devido as condições climáticas e de altitude evidentes nos plantios de chás de Moçambique, as ervas que são oriundas de lá preservam todas as propriedades. Uma das principais cultivadas é a camellia sinensis, que dá origem as variações: chá verde, chá preto, chá branco e chá oolong. Todos estão diretamente ligados ao tempo de oxidação para obter cada um deles.

Aplicadas à saúde, cada variação de erva é responsável por atuar no combate de uma enfermidade. Entre as principais propriedades da planta podem ser destacadas: adstringente, analgésico, antiasmática, antibacteriana, antioxidante, digestiva, diurética e estimulante. O chá dessa planta também pode ser usado para controlar a diarreia, reduz a cárie e a dor de dente.

O chá da camellia sinensis também elimina a gordura corporal, sendo muito utilizada no processo de emagrecimento. Para quem sofre com problemas de digestão, o chá é uma ótima solução para auxiliar todo o processo. Essa espécie também regula o colesterol, dilata os brônquios e auxilia nos casos de gripe.

Veja também: Os 150 anos do cultivo dos chás no Sri Lanka

Vele destacar que a erva não industrializada é a mais indicada para tratar qualquer que seja o problema, já que ela preserva a maioria das propriedades benéficas.

Cuidados e precauções

Antes de fazer uso de qualquer uma dessas ervas, o mais indicado é que o médico seja consultado. Mesmo se tratando de ingredientes naturais, elas podem trazer algumas consequências a saúde, sobretudo quando levado em consideração os problemas já desenvolvidos por certos pacientes.

As mulheres grávidas ou que estão em processo de amamentação devem evitar o consumo dessa erva, justamente porque pode trazer consequências indesejáveis, seja para a saúde da própria mulher ou para a saúde do bebê. As crianças menores de seis anos só devem fazer uso de algumas variações do chá da camellia sinensis perante prescrição médica.

A produção de chá em Moçambique

Por décadas, a cultura do chá estruturou as relações de poder e a organização socioeconômica na alta Zambézia, Moçambique. Hoje, Gurué ainda é vista como maior produtor de chá da região. Das cerca de 11 unidades de produção em funcionamento quando da independência de Moçambique, em 1975, restam apenas três. Apesar das dificuldades, os produtores tradicionais ainda resistem ao novo.

Devido ao envelhecimento das plantas, com mais de 70 anos de exploração, a produção caiu e as fábricas remanescentes funcionam em regime sazonal. O presidente da Associação de Produtores de Chá de Moçambique, Almeida Lee, disse em entrevista ao Jornal de Notícias, de Moçambique, as perspectivas de comercialização do chá no mercado externo não são animadoras.

Fatos incríveis e impressionantes sobre chás que você não sabia

Por esse motivo, os produtores estão receosos em continuar investindo na cultura, seja pela redução da renda básica ou pela baixa na exportação. Países como a Índia, Vietname, Quênia, Etiópia e Uganda têm feito grandes investimentos na área. Consequentemente, a exportação do produto ganhou mais destaque no mercado, o que dificultou o andamento da comercialização de produtores estagnados no tempo.

Dados adicionais sobre a produção de chá na região

No ano de 2014, a produção de chá de Gurué sofreu uma redução na ordem de 15%, ou seja, a empresa que deveria produzir entre 1200 a 1500 toneladas está a registrar uma perda de produção calculada entre 100 a 150 toneladas do chá processado. Na mesma entrevista dada pelo presidente da Associação de Produtores de Chá de Moçambique ao Jornal de Notícias, ele diz que a redução tem fortes implicações no funcionamento das empresas chazeiras.

Plantações velhas, falta de irrigação e a falta de investimentos por parte dos municípios produtores são os principais problemas enfrentados. “A cidade está a crescer e os munícipes acabam entrando nas áreas das empresas produtoras”, emenda Almeida Lee.

ATENÇÃO: Nosso conteúdo é apenas de caráter informativo. Todo procedimento deve ser acompanhado por um médico ou até mesmo ditado por este profissional.

Sobre o autor

Formado em Jornalismo pela UniFavip | Wyden. Já trabalhou como repórter e editor de conteúdo em um site de notícias de Caruaru e em três revistas da região. No Jornal Extra de Pernambuco e Vanguarda de Caruaru exerceu a função de repórter nas editorias de Economia, Cidades, Cultura, Regional e Política. Hoje é assessor de imprensa do Shopping Difusora de Caruaru-PE, Seja Digital (entidade responsável pelo desligamento do sinal analógico no Brasil), editor da revista Total (com circulação em Pernambuco) e redator web do Chá Benefícios.